Wednesday, July 30, 2008

[Running]

Para ler ouvindo:
Olivia Newton John - Physical



Não, o dia de hoje não foi bom. Mas a graça da maturidade é aprender que um dia de fossa, tudo bem. Dois já é demais.

Mas eis que descobri o segredo para se animar num dia ruim. Corra!

Hoje fiz um Fartlek (quandos e alterna corrida e caminhada) de 47 minutos, sendo 24 de corrida. Deu um total de 4,9km. Okay, sei que não é muito, mas para quem há pouco mais de um mês era sedentário, isso é um recorde e tanto!

Monday, July 28, 2008

Para ler ouvindo:
Damien Rice - Cannonball


Quanto se pode exigir de uma pessoa? Até onde é possível que se peça e, na medida do possível, seja atendido? Sinceramente eu não sei, e pelo menos hoje, pelo menos por hoje eu gostaria de saber. Saber até onde é possível e saudável ir.

Será o problema os outros? Bem, sinceramente não sei. Afinal, eu sempre caio nos mesmos problemas. Deve ser karma mesmo. Coisa de pele, sabe? Tipo mulher-de-malandro, que sempre se apaixona por malandro. Eu devo ser um homem-de-impossíveis. Nunca conheci alguém que tenha tantos relacionamentos impossíveis quanto eu.

Chego a me sentir um pré-adolescete de novo. Como se todo o mundo apenas conspirasse contra mim e nada jamais fosse dar certo na minha vida. Tá, nem chega a tanto e eu não mais acredito nisso, mas chego a cogitar a idéia.

Foda isso tudo acontecer no meu momento mais blue. Também pudera né, se eu nãoe stivesse assim talvez nem sentisse nada e tudo não teria passado de mais um fim de semana.

Como diz Tori Amos: "I'm so sad like a good book". É bem assim mesmo. Ultimamente tenho sido A Hora da Estrela e também um pouco de Tabacaria (Principalmente Tabacaria). E isso tem me matado por dentro.

Mas aprendi a usar minha bolha. Embora não esteja "nas melhores", eu aprendi a esconder de todos e só sentir isso dentro de mim mesmo. Não sei se isso foi mlehor ou pior, mas a graça é que pelo menos minha vida pessoal ficou mais pessoal. Que ninguém argumente que alguém que quer esconder a vida não tem blog... Oras, não fico aqui colocando minha cara a tapa a qualquer um.

Acabo de ouvir na letra de uma música "Far away is outside yourself", bem possível mesmo. Acho que o jeito vai ser eu reentrar apenas no meu eu e viver minha vida no meu mundinho interior. Todo homem é uma ilha.

Não, não estou desistindo. Nem da minha vida outside myself e nem dos planos que tenho. Mas apenas os farei com o receio de quem já tanto perdeu que o estranho seria acertar. Com o olhar de quem sempre achou que nada fosse dar certo, e na maioria das vezes não tem dado mesmo. Vou continuar por aí com o olhar de criança que descobre que o mundo não é um conto de fadas e que principes encantados não existem.

Só peço uma coisa: não falem de mim como um coitado. Não, isso não sou nem serei. Sou apenas um inafortunado. Isso, gostei dessa palavra. Tenho infortunios nessa vida estranha que vivemos todos.

Medo do futuro? Não! Medo do passado. Do passado que pode voltar a me assombrar. Medo de cometer os mesmos erros, medo de cair no mesmo poço.

Enfim, muito falei sem nada a dizer. Era essa minha intenção.
Brindemos ao fardo de nossa mísera existência.

Thursday, July 24, 2008

E vamos falar mal dos oturos porque é o que interessa e a gente gosta.

*Amy Winehouse ganhou um estátua de cera no famosíssimo museu de Londers. Galera, e não é que ficou mais perfeito que ela. Confere aí:

*Tá. A Dercy morreu e a gente chorou. Pronto. Próxima.
(Mila, eu peguei do seu blog, tá?)

*Saiu a famigerada foto da bunda da Gigi Bündchen. E me batam se quiser, mas para mim ela fica linda até tirando meleca do nariz. Saca aí:

*Brit, estamos orgulhoso de você.

* Zac Efron continua jurando que é hominho

Tuesday, July 22, 2008

Thursday, July 17, 2008

[I'm blue]


"Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?

Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!

E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!

Gênio? Neste momento

Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,

E a história não marcará, quem sabe?, nem um,

Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.

Não, não creio em mim.

Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!

Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?

Não, nem em mim...

Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo

Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?

Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -

Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,

E quem sabe se realizáveis,

Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?

O mundo é para quem nasce para o conquistar

E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.

Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.

Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,

Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.

Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,

Ainda que não more nela;

Serei sempre o que não nasceu para isso;

Serei sempre só o que tinha qualidades;

Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,

E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,

E ouviu a voz de Deus num poço tapado.

Crer em mim? Não, nem em nada.

Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente

O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,

E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.

Escravos cardíacos das estrelas,

Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;

Mas acordamos e ele é opaco,

Levantamo-nos e ele é alheio,

Saímos de casa e ele é a terra inteira,

Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido."


Alvaro de Campos (Fernando Pessoa) in Tabacaria

Saturday, July 12, 2008

[Garfield]

Leia Ouvindo:
Cat Power - The Greatest





As tirinhas do garfield são reconhecidamente engraçadas mas isso apenas quando o ser emquestão se encontra nelas. Sim, caro leitor, existem tirinhas do garfield sem o garfield. E essas são as mais tristes e revelam um John bem depressivo.

Vejam:


Segundo o site onde encontrei essas tirinhas: Who would have guessed that when you remove Garfield from the Garfield comic strips, the result is an even better comic about schizophrenia, bipolar disorder, and the empty desperation of modern life? Friends, meet Jon Arbuckle. Let’s laugh and learn with him on a journey deep into the tortured mind of an isolated young everyman as he fights a losing battle against loneliness in a quiet American suburb.

Wednesday, July 9, 2008

[Clarice]



Confesso. Estou um pouco melancólico. Engraçado como aprendi a não mostrar isso a toda hora para todo mundo. Melhor assim. Além de não ficarem sabendo, eu consigo ter um dia mais alegre.

Mas existe/existiu prosista mais sad do que Clarice Lispector? Não sei. Se tiver havido me apresentem, até ontem desconhecia.

Para então demostrar minha melancolia, cá estão alguns trechos dela:

Supondo o certo:

"Suponhamos que o telefone ande em toda cidade enguiçado, o que é verdade. Suponhamos que eu faça uma ligação, e dê sinal de ocupado, o que é verdade. Suponhamos que de repente o sinal de ocupado está soando em chamada, o que é verdade. Suponhamos que não atendam, o que é verdade. Suponhamos que em vez de atendido o número discado, ouço uma linha cruzada, o que é verdade. Suponhamos que por curiosidade simples passo a ouvir a conversa entre um homem e uma mulher, o que é verdade. Suponhamos que, no final da conversa, eu ouça uma frase límpida, o que é verdade. Suponhamos que a frase límpida seja "Deus te abençoe", o que é verdade. Suponhamos que eu me sinta então abençoada, pois a frase foi também para mim, o que é verdade? Sim. A frase era para mim. Não suponho mais. Digo apenas "sim" ao mundo."

Supondo o errado:

"Suponhamos que eu seja uma criatura forte, o que não é verdade. Suponhamos que ao tomar uma resolução eu a mantenha, o que não é verdade. Suponhamos que eu escreva um dia alguma coisa que desnude um pouco a alma humana, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha sempre o rosto sério que vislumbro de repente no espelho ao lavar as mãos, o que não é verdade. Suponhamos que as pessoas que eu amo sejam felizes, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha menos defeitos graves do que tenho, o que não é verdade. Suponhamos que baste uma flor bonita para me deixar iluminada, o que não é verdade. Suponhamos que eu finalmente esteja sorrindo logo hoje que não dia de sorrir, o que não é verdade. Suponhamos que entre meus defeitos haja muitas qualidades, o que não é verdade. Suponhamos que eu nunca minta, o que não é verdade. Suponhamos que um dia eu possa ser outra pessoa e mude de modo de ser, o que não é verdade."

Nada fazer:

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer."

Onde estiveres de noite:

"Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja."