Thursday, March 29, 2007

My heroin




Procuro por meu ópio, minha morfina, heroína.
Procuro por minha droga, meu acalanto da alma.
Nada me distrai, nada me entretem, nada me prende a atenção por muito tempo.
Mutável,
não encontro em corpo algum a brisa que aguardo.
Nenhum ópio, nenhuma morfina, heroína.

Tuesday, March 27, 2007

Shadow





Então você nunca esteve blue


Sou a escória. Sou a escória do meu mundo, um lugar onde só vivo eu.
Sofro por não ter aquilo que nunca tive e por não ser aquilo que nunca fui.
Pobre desilusão minha;
Leviano ao pensar que algum dia poderei ser algo dos quais pensei.
Mais parece-me um fardo a ser carregado, mais parece-me uma vida inteira
que será composta e decomposta em mim.
Corro sem ter destino e tenho corrido e tenho fugido e não tenho chegado à lugar algum.
Meu norte converge ao sul, meu sorriso converge à tristeza.
Nunca fui fidedignamente alguém. Sou apenas esboços, sou apenas cópias.
Copio em mim o que me faz cair de amores no outro.
E o outro continua a ser outro. Nunca será o mesmo, nem a mesma; imagem.
Escrevo-me como uma melodia. Desarmonica, descompassada, desajustada.
E obrigue-me, obrigue-me a mudar. Force-me, estrangule-me.
Dê-me bofetões à cara.
Mas nunca mais deixe-me fantasiar corpos. Nunca mais faça-me teu.
Odeio não ter comprole sobre mim. Sou marionete, sou marionete nas vossas mãos.
Mas com a tristeza de uma criança, meus cordões comecei a cortá-los.
Dilaceram-me a carne, sufocam-me em corpo.
Quebro meus juramentos. Mas perdoe-me, inocente-me.
Com ligeira precisão voltar-me-ei ao curso que jurei tomar.
Que todos sofram, em verdade desejo, que todos sofram. Moderadamente.
Estou preso a um ser, bloqueado por um eu inexistente.
E a dor dilacera. E continua a dilacerar.
É carne clamando por carne. É o superficial.
É reles, incompleto.
Até mesmo o prazer momentâneo torna-se. E mais uma vez superficial.
Cantam-me loas, sem ao menos saber a quem dirigem-se.
E proibem-me de sangrar. Por isso, em segredo,
tenho hemorragias diárias.
Tenho revertérios e tenho dilacerações. Em segredo.
Drogo-me de mim mesmo. Sou droga, sou veneno. Mas só mato a mim.
Como gostaria de parar de envenenar-me, mas inconcientemente, não consigo.
Mato-me aos poucos. A cada dia tenho um dia a menos.
Será o orgulho da mocidade ou a tristeza da velhice? Não sei.
Como também não sei até onde meu nervos suportam.
Mas até onde puder seguir, seguirei.
E quem sabe, algum dia em minha impróspera vida, eu venha a descobrir onde eu me escondo.

Murilo Reis
21/03/2007 23h08min

Tuesday, March 13, 2007

Minha loucura da alma - Parte II


FEIST - MUSHABOOM

Helping the kids out of their coats
But wait the babies haven't been born oh oh oh
Unpackingthe bags and setting up
And planting lilacs and buttercups oh oh oh

But in the meantime I've got it hard
Second floor living without a yard
It may be years until the day
My dreams will match up with my pay

Old dirt road (mushaboom)
Knee deep snow (mushaboom)
Watching the fire as we grow (mushaboom)
Old

I want a man to stick it out
And make a home from a rented house oh oh oh
And we'll collect the moments one by one
I guess that's how the future's done oh oh oh

How many acres how much light
Tucked in the woods and out of sight
Talk to the neighbours and tip my cap
On a little road barely on the map

Old dirt road (mushaboom)
Knee deep snow (mushaboom)
Watching the fire as we grow (mushaboom)
Old
Old dirt road
Rambling rose (mushaboom)
Watching the fire as we grow (mushaboom)
Well I'm sold ...


************************************************************

Está bem, isso não aqui não é uma farra carnavalesca, tampouco um baile funk, mas vai ser por aqui que eu vou falar algumas coisas MINHAS. Tudo bem se alguém mais sentir o mesmo, mas por hora são minhas.
Vai ser um turbilhão.


************************************************************

Tem dias que eu acordo com vontade de conversar. Conversar sobre qualquer coisa, apenas conversar. Ficar com alguém só conversando, conversando, conversando... Sim, eu sei que isso contrária toda a minha lógica de ser um cara calado, uma pessoa reservada; mas conversar com um amigo definitivamente me cai bem.
Sinto falta de um amigo ao lado justamente nas horas em que não posso ter. Queria conversar com alguém as duas horas da madrugada de uma terça-feira tediosa. Ter alguém para me ouvir em pleno horário de trabalho ou estudos.
Engraçado é que quando tenho realmente tempo para eles, são os únicos momentos em que eu não quero conversar. Ou seja: eu fardo meu fracasso.

Ultimamente eu tenho estado inexplicavelmente ‘alegrinho’. É... Por mais incrível que pareça. Louco como haveria de ser, eu tenho dado uns risinhos ultimamente, mas sempre quando estou a fazer alguma coisa inútil. Tenho dado risadinhas ao ver a cor do meu violão (uma cor como todas as outras), ao ver o ventilador girando e girando, ao acordar as 5h45 e pensar “Estou fudido”. Esses são alguns dos momentos que me fazem rir.

Dias atrás eu sofri um deslize. Cometi algo que disse para mim mesmoq eu não haveria de fazê-lo tão cedo. Mas fiz. E tenho ficado péssimo por isso. Eu quebrei minha própria promessa. Nem eu mesmo posso acreditar nisso.
E antes que me perguntem: sim, eu sou durão comigo mesmo. Não gosto de me dar brecha e me culpo pelos erros que cometi. Aliás, podeio errar. E não me venham com hipocrisia de dizer que é com o oerro que se aprende: o ser humano é burro e sempre comete o mesmo erro mais de uma vez.

Nesse exato momento estou escrevendo tudo isso porque queria que alguém pudesse me ouvir justo agora. Sei que não vai ser a mesma coisa do que dizer face-to-face, mas para alguém que conta tudo de si para uma pessoa apenas digitando, isso aqui já é um grande auxilio.

Pensei há algum tempo que um amigo meu havia me ‘deixado de lado’. Pelo jeito me enganei. Oh, gosh, como que ueria que meus amigos soubessem a dimensão da importância que eles têm sobre mim. Como quisera eu.
Tenho absoluta convicção que quando eu falo, parece ser apenas da boca para fora. Ainda vou arrumar uma maneira de provar que não é.

Embora tenha estado em um turbilhão (como sempre) algumas questões minhas do meu eu foram resolvidas, sanadas. Nem eu sei bem como isso aconteceu, mas fico contente que tenha acontecido.

Estou sendo piegas.

Todo mundo deve ter o direito de pensar, de agir, de ser democrata. Todos devem ter o direito de expressar sí próprios da maneira como bem entendem, desde que isso não venha a ferir ou julgar o outro. Todos devem ter o direito de fazer suas próprias escolhas sem a interferência de alguém, e sem ser condenado por alguém. Ninguém deve ser obrigado a ser como os outros querem que sejam. Todo mundo tem o direito de ter a idade que quiser, mesmo que a biologia diga o contrário (eu já nasci velho). Todos devem ter o direito de ser um pouco M.L. King e dizer: “I have a dream”. Todo mundo tem o direito de ser um pouco Jack White e pensar: “I just don’t know what to do with myself”. Todos devem ter o direito à revolta. Todos devem ter o direto à vitória, pelo menos alguma vez e ser um pouco Julio César: “Veni, vidi, vici”.

Preciso ir dormir mas não tenho sono.

Enfim, é isso. Amigos, leiam-me cemo se estivesse dizendo-vos isso. Foi essa a intenção. Conversar com alguém na hora em que me deu vontade.

Abraços.

Friday, March 2, 2007

Confissões reveladas







   Só eu sei de mim. Só eu sei de tudo que um dia eu fiz, que planejei fazer ou que ainda pretendo fazer. Por mais que tentem me entender, só eu sei de mim.
Só eu sei do ciúmes que eu tenho dos meus amigos, só eu sei o porquê eu sempre prefiro a caneca que ganhei do meu tio; só eu sei que coloco sempre o pé direito embaixo do chuveiro para saber como está a água e que mesmo sabendo que ela está boa sempre sinto medo de colocar a cabeça embaixo dela, só eu sei que o feijão vem sempre encima do arroz e que eu sempre coloco o presunto antes do queijo. Só eu sei os momentos em que eu quero ser ninguém ou a pessoa mais importante do mundo. Só eu sei que a cor dos olhos não me é essencial mas não resisto a um par de olhos verdes me olhando; só eu sei o quanto eu sou contráditório (Fazer o quê... Minhas idéias não são estáticas).
   Só eu sei que eu gosto de sentir os sapatos apertados logo que os coloco mas odeio que eles fiquem apertados o resto do dia. Só eu sei que a cor branca me é a mais melâncólica de todas, que adoro os cheiros dos perfumes mas que me recuso a usá-los, que minha posição mais confortável é uma das menos recomendadas, que quando escrevo demais meu pulso dói eu tenho medo dessa dor.
   Só eu sei o quanto eu me esforço para ser ‘esperto’ mas sempre me sinto com cara de patético, e que me sentir com cara de patético me dá um ódio interno, e que quando eu tenho esse ódio interno direciono todas as minhas forças a me segurar e não soltar um sonoro grito no meio de todos, e só eu, mas só eu sei o quanto eu gostaria de soltar esse grito.
   Só eu sei das cirurgias que quero praticar, dos cortes que quero fazer, e das pessoas que quero a saúde recuperar.

   E no fim só eu me entendo. Só eu me faço eu e só eu posso me consertar.
   Meu eu sou EU.