Amavisse
Porco-poeta que me sei, na cegueira, no charco
À espera da Tua Fome, permita-me a pergunta,
Senhor de porcos e homens:
Ouviste acaso, ou te foi familiar
Um verbo que nos baixios daqui muito se ouve
O verbo amar?
Porque na cegueira, no charco
Na trama dos vocábulos
Na decantada lâmina enterrada
Na minha axila de pêlos e de carne
Na esteira de palha que me envolve a alma
Do verbo apenas entrevi o contorno breve:
É coisa de morrer e de matar, mas tem som de sorriso
Sangra, estilhaça, devora e por isso
De entender-lhe o cerne não me foi dada a hora.
É verbo?
Ou sobrenome de um Deus prenhe de humor
Na péripla aventura da conquista?
Homenagem a Hilda Hilst que morreu fazem cinco anos.
À espera da Tua Fome, permita-me a pergunta,
Senhor de porcos e homens:
Ouviste acaso, ou te foi familiar
Um verbo que nos baixios daqui muito se ouve
O verbo amar?
Porque na cegueira, no charco
Na trama dos vocábulos
Na decantada lâmina enterrada
Na minha axila de pêlos e de carne
Na esteira de palha que me envolve a alma
Do verbo apenas entrevi o contorno breve:
É coisa de morrer e de matar, mas tem som de sorriso
Sangra, estilhaça, devora e por isso
De entender-lhe o cerne não me foi dada a hora.
É verbo?
Ou sobrenome de um Deus prenhe de humor
Na péripla aventura da conquista?
Homenagem a Hilda Hilst que morreu fazem cinco anos.
1 comment:
É verdade que o aluno de medicina entra na faculdade achando que é Deus e sai tendo certeza?
Amo você sempre...
Mila :***
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